O assunto que resolvi abordar hoje foi a gravidez na adolescência. Aconteceu comigo, aconteceu com várias amigas, aconteceu com várias meninas e ainda vai acontecer muito.
É fácil pra sociedade nos julgar, apontar, dar nomes chulos a meninas novas que aparecem de barrigão, porém será que alguma dessas pessoas já pensou que mesmo nos dias de hoje ainda falta informação, ainda falta preparo e até mesmo um bom dialogo com essas jovens, que falta uma confiança mútua no ambiente familiar? Ainda existem muitos pais que acham errado sentar pra conversar com as filhas sobre o assunto, defendem esse tipo de postura arcaica para não ter que incentivar o sexo.
Só que hoje as meninas começam com esse assunto na escola, na aulinha de balé, na turma do inglês, esse assunto as cercam nas revistas, na novela, nos seriados da tv e até mesmo nas músicas. Esse assunto não é mais tão banalizado como antigamente, hoje é tão comum como um selinho nos tempos da mamãe.
Muitas dessas meninas, por medo, vergonha e tantas outras inseguranças, não vão à um médico, não conversam com outras pessoas, tomam remédios indicados por amigas das amigas e acabam achando que com outros mil e um truques podem evitar uma gravidez precoce e indesejada, acham que com elas isso nunca acontecerá. Infelizmente, a realidade não é essa.
A adolescência é a idade de incertezas, de medos, de achismos, idade de se achar os melhores do mundo e que nada nunca vai atingir suas vidinhas perfeitas. Idade do "amiga eu fiz e deu certo, faz também", idade de experimentar, de errar, de variar, de não escutar, de ser adolescente.
Aos 18 anos descobri que estava esperando meu Fredinho, foi uma fase complicada, não quis entender de começo o que estava acontecendo, fui irresponsável, achava que isso nunca aconteceria comigo, mas ninguém tá imune a isso se não se previne.
Fiquei depressiva, achava que tudo ia dar errado, o medo maior foi o de não conseguir gerar meu filho da melhor forma possível, de não dar o necessário, tive medo da mudança, tive medo da criança que teria que educar, da pessoa que teria que me tornar, tive medo do preconceito. Mas o amor que aquele serzinho fez nascer em mim foi inexplicável, deixei todo e qualquer medo de lado e me joguei de cabeça naquela experiência. Foi com o Frederico que amadureci, que aprendi a ter responsabilidades, foi com ele que aprendi a pensar no próximo, a não ser tão mimada, aprendi a me doar por inteiro a essa experiência incrível que é ser mãe.
Fui julgada, criticada, apontada como tantas outras meninas. Incrivel como as pessoas adoram encher a boca pra falar, tão cheias de razão, coitadas! As pessoas não querem saber que você é um ser humano, que a situação por si só já é complicada. Cansei de ouvir "foi bom na hora de fazer" ou "engravidou porque quis", elas querem te ferir, querem falar mal, sem saber, sem pensar que um dia podem ter filhas, sobrinhas, amigas que possam passar pela mesma situação.
No começo não aceitei muito bem, queria xingar, rebater, chorava horas me sentindo uma pessoa ruim, mas com o tempo aprendi que ruim são as pessoas que julgam, que distribuem kits de sexo na escola e não querem saber de passar informações concretas e reais, de conversar com menina a menina a realidade. É fácil tapar o sol com a peneira, criticar as jovens, bater no peito falando que fez algo. Seria bom se tudo se resumisse a um kit e a uma aula de como colocar a camisinha de forma correta! Não estou tentando defender a irresponsabilidade de muitas jovens, como a minha, só quero que vocês entendam que nem tudo é tão simples.
Hoje, ainda sou criticada pela minha gravidez precoce, porém tenho orgulho de dizer que sou mãe, orgulho de bater no peito e dizer que a gravidez me mudou e para a melhor. Talvez se isso não tivesse acontecido, muitas coisas seriam diferentes na minha vida, mas de um jeito ruim. Acredito que Deus faz tudo no tempo certo e ele achou que o meu tempo era aquele. Não vou assim justificar minha irresponsabilidade, como já falei, porque sim, fui irresponsável, mas acho que posso usar meu exemplo pra chegar a outras meninas, pra conversar, pra incentivar uma prevenção, uma consulta, dar um apoio.
Longe de mim achar correta a gravidez precoce, acho que tudo tem que ter seu tempo certo, tempo de ser criança, tempo de curtir a tão sonhada juventude e tempo de ser mãe, porém também não é correto tratar essas jovens como animais, julgá-las e crucificá-las. Ao invés de tantas críticas e julgamentos, vamos tratar pela raiz, ensinar e encaminhar nossas jovens sem necessidade de expor ou de tratar isso como brincadeira, pois na minha época de adolescente, víamos aquelas reuniões na escola, onde o cara utilizava uma banana pra ensinar a colocar uma camisinha, uma zoeira sem fim. Sem contar que você acha mesmo que uma jovem vai levantar a mão pra tirar uma dúvida sobre sexo na frente de todos os alunos da escola? Sabe de nada, inocente!
Então, esse é meu ponto de vista, galera. E vocês o que acham desse assunto? Tem alguma ideia de como podemos mudar e diminuir esse número de mães cada vez mais jovens? Quero saber o que vocês tem a dizer!
Beijos coloridos, Pirilampos.





Gostei muito do post!Estou seguindo o blog!Bjoss http://tudodenos2.blogspot.com.br/
ResponderExcluirObrigada, linda ! :)
ExcluirPois é. Ainda hoje esse é um assunto bastante delicado. Você engravidou com 18 e eu acho que essa é uma idade quase chave para ser mãe haha. Conheço muitas garotas que engravidaram com essa idade. Eu sou meio quadrada pra essas coisas. Não julgo, mas também não passo a mão na cabeça não. Dou é bronca! Dou mesmo! Se achar ruim, é só vir bater um papinho que a gente senta, toma chá, chora e se abraça no final. Tenho 21 anos e estou grávida. Mesmo tendo mais de 20, vivo ouvindo: Mas é tão novinha. Tadinha. Tá jogando a vida fora. Mal sabem essas pessoas o quanto eu desejei essa gravidez. Pois é. Loucura de minha parte, eu sei, mas eu queria muito ter um filho. Me assustei quando fiquei sabendo? Mas é claro! Mas é minha maior felicidade. É difícil dizer o que fazer para ajudar garotas que estão nessa situação e ajudar a que outras garotas não entrem nessa. Como blogueiras, acho importante abordar esse assunto em nossos blogs, falar sobre prevenção e coisas do tipo. Eu tenho muita vontade de iniciar um projeto para ir a escolas públicas de ensino médio para falar exclusivamente com as garotas. Acho que assim ficaria mais fácil de elas se abrirem, falarem suas dúvidas e tal's. Desculpe o comentário enorme.
ResponderExcluirBeijos
http://vidasempretoebranco.blogspot.com
É Lary, eu também sou meio quadrada pra muitas coisas, porém quando acontece, não tem jeito, É uma mistura de irresponsabilidade, descuido e medo que é típico em muitas adolescentes, mas quem somos nós pra julgar ?! Foi como você falou, o negócio é dar bronca mesmo ... E depois auxiliar, dar dicas e tentar dar os melhores conselhos pra que essa pessoa seja uma boa mãe, não é mesmo ?! Parabéns pela sua gravidez e deixa esse povo besta pra lá, afinal, fazendo a coisa certa ou não, vai ter sempre alguém pra falar. :) Eu tenho a mesma vontade, penso muito em iniciar um projeto pra mães adolescentes que não tem o apoio dos pais ou dos seus familiares e iniciar um projeto de conscientização que alcance um maior número de adolescentes de uma forma mais amiga, mais explicativa. E que nada, adorei seu comentário :) Beijão
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